quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Descidas da Serra-Master of puppets

Master of puppets


Nesta edição do descidas da serra irei falar sobre o antigo "Master of puppets" mais conhecido hoje em dia como os "trilhos da malveira". Antigamente na encosta sul da Peninha, um dos maiores picos da Serra de Sintra, existiam uma série de trilhos de Downhill/Freeride de diferentes dificuldades, que desciam até à Malveira da Serra. Os trilho tinham a particularidade de serem os trilhos mais fluídos de toda a Serra, atraíndo praticantes de todas as modalidades de BTT e de vários sítios de Portugal para experimentarem aqueles 5 minutos de adrenalina. Construídos pelo Clube Português de Freeride existiam 4 trilhos carinhosamente apelidados com nomes de músicas dos Metallica:

"Master of puppets"-Trilho de dificuldade verde (fácil), o mais longo dos 4, que descia às curvas até à Malveira.

"Ride the Lightning"- Trilho de dificuldade azul (médio), que possuía a linha mais directa e mais rápida.

"Kill 'em all"- Trilho de dificuldade vermelho (difícil), que possuía a linha mais técnica, com trialeiras bem ao estilo Downhill.

"Extreme"- Trilho de dificuldade preto (muito difícil), que possuia os obstáculos mais abusados, incluindo um wallride gigantesco, um step up abusivo e duplos extremos.

Segue em baixo uma imagem com a representação dos trilhos como eram antigamente:


Durante muitos anos o Clube Português de Freeride lutou pela legalização dos trilhos, e por um breve período de tempo realmente conseguiram tornar os trilhos legais e incluí-los na carta de desporto e natureza da serra. Contudo, pouco tempo depois devido a queixas dos habitantes, os trilhos voltaram a ser tornados ilegais e foram consequentemente destruídos com o corte das acácias da região.

Hoje em dia os trilhos estão a voltar a renascer, com a requalificação do trilho Master of puppets, sendo neste momento a única linha realizável, havendo contudo algumas secções do Ride the Lightining e Kill 'em all também possíveis de fazer.

O trilho neste momento possui 1.67km com 8 secções. A entrada para os trilhos situa-se no ponto mais alto da serra antes de chegar ao parque de merendas da Peninha no sentido Capuchos-Peninha. Contudo o melhor lugar para parar o carro é mesmo junto ao parque de merendas ou no estacionamento do Convento da Peninha.

A primeira secção é a mais técnica do percurso, mas também a mais característica por ser feita ao longo de várias curvas de desnível pouco acentuado. Sem grandes obstáculos o trilho serpenteia por entre a floresta bastante fechada, havendo zonas em que fica bastante escuro mesmo no pico do dia. Esta é provavelmente a secção mais lenta e mais longa de todo o trilho. 
A segunda secção já é mais rápida e fluída, quase não é preciso pedalar nesta secção, é só largar os travões e aproveitar os relevês das curvas para manter a velocidade e rapidamente alcançamos a terceira secção.
A terceira secção é a mais curta delas todas, começando com uma descida um pouco mais inclinada e técnica logo apanhamos o maior relevê de todo o percurso que nos lança em velocidade numa curva apertada para a quarta secção.
A quarta secção é bastante rápida e directa com vários pequenos saltos no caminho. Bastante fluída, basta soltar os travões e bombear a suspensão nas lombas para se manter a velocidade. No final existe um pequeno drop mas com escapatória e a oportunidade de fazer dois duplos de dimensões já um pouco maiores mas igualmente com escapatória.
A quinta secção é também bastante fluída com curvas bem posicionadas, rapidamente alcançamos as secções finais.
A sexta, sétima e oitava secções são feitas sem parar e são as secções mais rápidas de todo o trilho. Antigamente existiam três grandes saltos em sequência designados como os "voadores" pois realmente lançavam-nos a alta velocidade pela encosta abaixo.Hoje em dia estes já não existem mas mesmo assim a recta final permite-nos alcançar quase os 70km/h. O trilho termina por fim na estrada de empedrado.

Apesar de ser um trilho curto comparado com outros da serra como o "Dimas", "Kamikaze", "Torgas", continua a ser um senão mesmo o trilho mais fluído de toda a serra, que proporciona os melhores momentos de diversão numa bicicleta!

Em baixo segue o meu último vídeo no Master of Puppets, onde experimento a nova perspectiva da chestcam. No vídeo começo na segunda secção e a partir daí é sempre a abrir até ao empedrado. Apesar de ter ficado um bocado tremido ainda dá para ter uma perspectiva engraçada da descida.



Para outra perspectiva da descida, e desta vez mesmo do início podem ver o episódio 1 da Série Flow Trough the Shores onde filmo o trilho na perspectiva Headcam.


Curta portefólio-O meu estágio

Fruto de um trabalho realizado para um estágio profissional surgiu a produção desta curta reflexiva. Mais uma produção da Radical Flow, desta vez abordando tema diferente de até então, mas que merece o seu destacamento. O trabalho consistia em criar um portefólio sobre a minha experiência de estágio (Miguel Borges), portefólio no sentido de ser algo ou alguma interpretação artística que demonstra-se essa experiência. No meu caso escolhi fazer um vídeo e heis em baixo o resultado.


Curta de terror- A floresta

O Radical Flow apesar de ser mais orientado para a vertente da aventura  também produz filmes de outra natureza. É o caso desta curta de terror apelidada de "A floresta". Diferente dos outros filmes produzidos até então, esta possui uma narrativa própria com um enredo singular. Resumidamente a história aborda um homem que acordou no seu carro sem memória do que se passou, e após constatar que este não funciona abandona o veículo em busca de algo que o possa ajudar mas cedo coisas estranhas começam a acontecer.

Foram feitas duas versões do filme, uma extensa e uma versão director's cut. Ficam aqui as duas para a vossa comparação:

Versão extensa



Versão director's cut


Episódio 3 da série Radical Flow

Depois de muitas horas de filmagens e edição heis aqui o terceiro episódio da série Flow Trough the Shores! Esta terceira parte foi filmada unicamente na perspectiva da terceira pessoa, com uma camera melhor e com apoio de tripé, a proporcionar dessa forma uma qualidade até então não experimentada. Com novas músicas originais e uma edição diferente, esta promete ser uma nova experiência. As filmagens foram feitas ao longo do trilho Dimas na Serra de Sintra, trilho já abordado na última publicação. Sendo um dos trilhos mais longos da serra garante momentos de pura acção e adrenalina!


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Descidas da Serra- Dimas

Independente da série "Flow trough the shores" a Radical Flow irá produzir também uma série de vídeos destinados apenas a comentar e a analisar as várias descidas de Freeride/Downhill ou Cross Country da Serra de Sintra e arredores.

Além dos vídeos que poderão ser acompanhados no canal do youtube, estes também poderão ser vistos no blog juntos com uma descrição mais detalhada dos trilhos.

Esta primeira edição será sobre o trilho Dimas.

Dimas



Provavelmente a descida mais longa de Freeride da Serra de Sintra, actualmente com 2.1km tem em vista ser estendido para 2.66km descendo desde o pico do Monge até à barragem do Rio da Mula.
O seu nome é uma homenagem ao seu construtor e idealizador Diamantino que faleceu e o deixou como legado.

É um trilho de dificuldade nível Verde na sua maioria, podendo as secções iniciais serem consideradas nível Azul devido ao desnível acentuado e zonas mais técnicas.
A respeito da classificação do nível de dificuldade esta é semelhante à classificação internacional das pistas de ski/snowboard por cores segundo a sua dificuldade técnica que vão do:

Verde-Fácil, declives pouco acentuados, saltos e drops de pequenas dimensões e com escapatória, saltos de mesa (tabletop), piso pouco irregular sem secções técnicas ou de trialeira.

Azul-Médio (em algumas classificações pode vir referido como difícil), declives já com uma acentuação moderada, saltos e drops (<2m de altura) de maiores dimensões (saltos de mesa e duplos) mas com escapatória, piso irregular com algumas secções técnicas ou de trialeira.

Vermelho-Dificil (em algumas classificações pode vir referido como Muito dificil), declives bastante acentuados, saltos e drops (até 5m) de grandes dimensões (saltos duplos, step ups e step down's, com gaps) sem escapatória, piso bastante irregular com secções técnicas ou de trialeira, shores técnicos, skinnies.

Preto- Muito Difícil (em algumas classificações pode vir referido como Extremo), declives bastante acentuados, saltos e drops (5m para cima) de grandes dimensões (saltos duplos, step ups e step down's com gaps) sem escapatória, piso bastante irregular com secções de trialeira muito técnicas, shores técnicos e extremos, skinnies, qualquer obstáculo extremo. 

O trilho subdivide-se em 3 secções oficiais (com mais duas não oficiais por vir), que cruzam estradões de terra batida e estrada de alcatrão.



Dimas I



A primeira secção tem início a meio da subida de estradão que vem dos Capuchos para o Monge. Antes de chegar ao monumento dos bombeiros existe um outro estradão à esquerda, ao virar nesse estradão uns metros mais à frente logo quando este começa a descer existe um pequeno singletrack à esquerda a sair da estrada, essea é a entrada para o trilho. Esta primeira secção denominada por Dimas I tem à volta de 360m de extensão e é considerada de nível Azul devido a alguns declives mais acentuados logo no inicio e mais perto do fim da secção.



 Acompanha o trajecto de uma linha de água passando ao lado de duas minas de água. Possui dois saltos a chegar ao fim da secção, um sobre um tronco caído com cerca de 0.5m de altura e outro logo mais à frente mais ou menos com as mesmas dimensões. Ambos os saltos possuem escapatória.




 Contudo e devido às quedas frequentes de árvores esta recta final costuma ficar bloqueada e como tal existe uma passagem alternativa para a estrada em baixo logo junto ao primeiro salto. A secção por fim termina na estrada de alcatrão que vai da Malveira ou Peninha aos Capuchos.




Dimas II



A segunda secção tem início logo em frente ao final da primeira, numa descida paralela à estrada de alcatrão. Possui 250m de extensão e é considerada de nível Azul devido a alguns declives mais acentuados e alguns obstáculos técnicos. A descida de entrada é bastante acentuada e de algum cariz técnico terminando num pequeno drop de pedra natural.



De seguida o trilho serpenteia entre as árvores com alguns "switchback" mais apertados (curvas de 180º) e a meio da secção existe um shore que atravessa uma grande pedra cerca de 1m de altura ao solo. O shore consiste numa rampa a subir para a pedra e numa rampa a descer, não é necessário qualquer tipo de salto para o transpor e existe escapatória. De salientar que a entrada para a rampa está ligeiramente desviada em relação ao trilho sendo necessário prever a trajectória com alguma antecedência. O trilho por fim termina num estradão de terra batida que desce dos Capuchos à Barragem da Mula.




Dimas III

A terceira secção é a mais extensa de todo o trilho, com uma extensão completa de 1.3km. Mais conhecido como "trilho das pontes" é muito frequentado por praticantes de BTT de diversas modalidades, caminhantes pedestres e corredores. Foi apelidado por esse nome devido às inúmeras pontes de madeira que surgem a cruzar a ribeira da mula. O trilho serve inclusive de extensão final comum a vários outros trilhos como o "Kamikaze" e o "Kamikaze extreme", possuindo vários pontos de entrada. Seguindo o trilho Dimas existem duas entradas possíveis, uma logo de seguida à secção Dimas II e outra mais embaixo seguindo o estradão que desce à barragem da mula pela vertente Este da Serra. 

Entrada de cima:




Entrada de baixo:



Seguindo a entrada de cima esta secção de união é de dificuldade azul devido a algumas zonas de declive mais acentuado. Mas uma vez chegando à secção principal esta já é de dificuldade verde com um declive pouco acentuado. Contudo ainda possui alguma dificuldade técnica devido às inúmeras curvas apertadas por entre as árvores e raizes, sem contar com as passagens pelos shores rasteiros que ainda assim requerem alguma perícia mínima.






Ao longo do trilho existem ainda alguns saltos pequenos mas sempre com escapatória e de dificuldade baixa.



É de salientar também algumas passagens mais estreitas sobre a ribeira, algumas das quais possuem shores de apoio.


O trilho por fim termina na barragem da mula num estradão por detrás. Além da vista fantástica a barragem possui também umas escadinhas a descerem para o parque de estacionamento, apesar de não serem as mais indicadas para qualquer bicicleta é um desafio divertido descê-las.





Podem ver em baixo o vídeo da descida completa do trilho, com os meus comentários nos diversos obstáculos e secções.



Nota: No video existe um lapso, a certo ponto nos comentários eu digo que os pontos de acesso para o trilho são o Cruzamento dos capuchos ou a Malveira, não é a Malveira mas sim a Peninha.

Estejam atentos aos próximos artigos e vídeos, a próxima edição do Flow Trough the Shores abordará também a descida do Dimas mas noutra perspectiva e com músicas novas.


terça-feira, 3 de junho de 2014

Episódio 2 da série Radical Flow!

O segundo episódio da série Radical Flow continua o tema do Flow Trough the Shores continuando a falar sobre a prática do BTT na Serra de Sintra, mas desta vez foca-se especialmente na vertente do "Freeride"!

Esta é uma prática do BTT que como o nome indica tem o carácter de não possuir regras delineadas e ser uma forma dos praticantes explorarem as suas capacidades e interagi-las com os obstáculos que os trilhos oferecem. Pode se dizer que centra-se no conceito mais básico do BTT de simplesmente se divertir e buscar o Flow! Essa busca de desafios varia conforme as capacidades técnicas do ciclista, sendo desse modo a vertente que leva o BTT aos extremos e às manobras mais radicais que se podem realizar numa bicicleta.

Este episódio busca mostrar um pouco esse meu lado na pratica do BTT, onde eu procuro ir testando os meus limites para alcançar o Flow e a experiência de viver o momento pleno. Desta vez o vídeo apresenta também perspectivas na terceira pessoa que permite uma visão mais plena dos meus movimentos e do ambiente em redor. Novamente com músicas originais e montagens únicas este promete ser uma experiência mais intensa que a primeira! Desfrutem do segundo episódio e não se esqueçam de meter like e subscreverem o canal do youtube para  acompanharem os próximos episódios ;)




GeoCaching-Caça ao tesouro com GPS parte 2

Existem vários tipos de Caches, variando desde a sua natureza (tradicional, mistério, multicache), tamanho, forma, dificuldade de terreno e dificuldade de esconderijo. E apesar dos GPS modernos serem bastante precisos estes possuem sempre uma margem de erro de 3 a 1 metro, razão pela qual uma vez estando no local marcado não significa que a cache encontra-se directamente à vista, na maior parte das vezes está escondida algures nas redondezas. A razão para tal serve não só para tornar a sua procura mais apelativa e desafiadora mas também para a proteger dos "muggles", apelido dado aos não praticantes de GeoCahing e que como tal não tem conhecimento do jogo e poderão vandalizar, roubar ou retirar a cache do sítio.

Cabe sempre também ao dono da Cache (pessoa que a escondeu e registou a sua localização) assegurar a manutenção da mesma e de tempos em tempos averiguar o seu estado e reportar qualquer problema no site oficial do Geocaching. Contudo estando a cache escondida encontra-se sempre mais protegida.

Para quem se inicia no GeoCaching por vezes poderá ser bastante difícil encontrar a cache no local, contudo consoante também o nível de dificuldade do esconderijo, existem sempre pistas ao redor que revelam a sua localização.

Pistas de esconderijos de Caches:


Mais difícil do que encontrar algo escondido é encontrar algo escondido sem saber o que se está à procura. Um contentor de cache pode vir de várias formas e feitios, algumas poderão ser bastante simples e óbvias (caixa, tupperware) outras bastante criativas e camufladas no ambiente (tronco vazio, estojo, lata, ténis). Por vezes inclusive algumas caches poderão inclusive ser confundidas por lixo para um "muggle" ou novo Geocacher, contudo para um Geocacher experiente este irá reparar logo nos pormenores que indicam que esse objecto é uma Cache.

O esconderijo em si é a primeira grande pista. Um aglomerado de pedras, de vegetação morta, de troncos, que se destaca claramente no local demonstra todas as indicações de existir uma cache por debaixo.




Um buraco por baixo de uma pedra ou de um tronco cuidadosamente tapado por pedras ou vegetação morta é um outro grande sinal que poderá estar uma cache por debaixo.


Estes contudo poderão ser bastante óbvios como mais subtis e difíceis de perceber, contudo qualquer buraco tapado é sempre suspeito.


Uma regra do GeoCaching é não poder enterrar uma cache, nesse sentido as caches encontram-se sempre acima do solo. Como tal para escondê-las muitas vezes os donos das caches procuram esconderijos naturais já existentes como buracos, reentrâncias, covas, que tenham dimensões para albergar o contentor. Uma dica que ajuda é pensar não como quem está à procura mas como quem quer esconder, ou seja, "se eu fosse esconder uma cache neste local onde a esconderia?". Analisando todos os esconderijos naturais ao redor e tendo em conta se estão cuidadosamente tapados ou não, rapidamente se descobrirá o esconderijo da Cache.

É de salientar que normalmente as caches encontram-se ao nível do chão, contudo poderão encontrar-se acima como em cima de um tronco ou pedra, mas nunca fora de alcance. Se tal for o caso a descrição da cache no site explicita claramente os obstáculos inerentes ao seu alcance e o que é necessário em níveis de equipamento para a alcançar.

Se mesmo assim alguns sítios o encontrar do esconderijo continuar a ser difícil ou não exista nenhum esconderijo claro, normalmente na descrição das caches estas possuem sempre uma dica ou pista para encontrar, como "tronco caído", "10 passos para sul", "toca". Algumas poderão ser uma grande ajuda  outras nem sempre ajudarão muito consoante a dificuldade da cache.


Contentores de Caches:


Conseguindo encontrar os esconderijos mais prováveis resta saber se aquela caixa de plástico que lá estava era um contentor de Cache ou apenas lixo. Em primeiro lugar um contentor de Cache tem de estar sempre assinalado como tal no seu loogbook, e possuem muitas vezes inclusive um papel no seu interior com a indicação que aquele objecto é uma GeoCache e que faz parte do jogo do Geocaching, como um apelo aos "muggles" para não a danificarem ou a removerem do sítio.

Dessa forma na dúvida uma forma de averiguar é abrir a caixa e ver o que tem dentro. Se possuir um logbook (pode vir em vários formatos desde pequeno bloco de notas, pequeno caderno, rolo de papel, etc) e o símbolo do GeocaChing, bingo encontraram a cache. Algumas microcaches (Caches de tamanho bastante pequenos) não tem espaço para albergar no seu interior um logbook tradicional e como tal este poderá ser apenas uma tira de fitas ou a própria folha de identificação de cache como demonstrada em cima.


O próprio contentor por si também poderá revelar se se trata de uma cache ou não. Por norma para proteger o conteúdo da cache das chuvas o contentor costuma estar em volto em um saco de plástico preto, ou dentro de um saco transparente de ziplock. Nesse sentido um pequeno saco preto a revelar-se por entre a vegetação ou pedras é um forte indicador que se trata de uma cache. Normalmente as caches destacam-se bastante bem do ambiente ao redor, um ovo de plástico (contentor dos ovos kinder por exemplo) escondido cuidadosamente por debaixo de uma pedra no meio de uma floresta não está ali por acaso, o que diferencia desta forma claramente do lixo que está espalhado em qualquer lugar sem nenhuma ordem ou razão. As caches normalmente também estão bem cuidadas, poderão estar sujas ou molhadas consoante as chuvas mas normalmente encontram-se em boas condições sem estarem danificadas. 

O contentor das caches por si também varia consoante a sua dificuldade, mas os objectos mais comuns costumam ser tupperwares, caixas de ovos kinder, caixas de rolo de fotos, latas, mas podem inclusive ser objectos únicos criados pelo dono com algum tema associado ou apenas por sentido artístico, ou inclusive para se camuflar com o ambiente (troncos vazios, caixas pintadas).






As caches são caracterizadas também consoante o seu tamanho desde Micro (menos de 100ml de volume), Pequena (entre 100ml a 1litro), Regular (1litro a 20litros), Grande (mais de 20litros) ou Outro (tamanho não defenido ou com caracteristicas unicas), este ultimo normalmente possui informações detalhadas sobre essa condição. Os tamanhos das caches são representadas através dos símbolos:



Qualquer objecto poderá ser uma cache desde que esteja identificado como tal e possuía um loogbook, contudo nas multicaches e caches mistério em que existem mais que um contentor associado a um ponto de GPS, alguns desses contentores poderão não possuir logbook e apenas as coordenadas ou pista para encontrar a Cache verdadeira, que por si já possui um logbook.


Dificuldades e obstáculos:


O GeoCaching é um jogo que permite fazer as vontades de todos, desde os caminhantes ocasionais aos mais aventureiros e como tal pode envolver vários obstáculos ou factores de risco. Algumas caches podem ser bastante acessíveis, outras bastante difíceis de chegar podendo ser necessário equipamento próprio como material de escalada, de mergulho, lanterna, etc. Associado a cada cache existe sempre a lista de atributos que explicitam as condições sobre o local, desde o que é permitido ou não permitido, equipamento necessário, perigos, facilidades entre qualquer informação que possa ser relevante.



Esta lista também pode ser vista mais especificamente através do link:
http://www.geocaching.com/about/icons.aspx

A lista encontra-se sempre na página da Cache e deve sempre ser consultada de forma a preparar a sua busca.

Preparar actividades de GeoCaching


Para praticar GeoCaching é necessário fazer uma preparação mínima que consiste nem que seja a recolher as coordenadas das caches a procurar. Com as aplicações de GeoCaching para smartphone é possível conectar-se à internet em qualquer e procurar as caches que se encontram nas imediações, podendo se realizar dessa forma um "GeoCaching instantâneo". Contudo tal só é aconselhado para caches simples com percursos ligeiros e fáceis condições, quando o desafio é maior melhor deve ser a preparação.

Raras serão as vezes em que um GeoCacher sai para encontrar apenas uma Cache específica, se existem várias caches ao redor e a caminho porque não procurá-las também. Fazer uma preparação prévia contudo permite ver à partida todas as caches que se encontram no local e permite então planear uma prática de GeoCaching mais completa.

Preparar uma actividade de GeoCaching consiste em primeiro lugar definir o local onde se quer realizar, o tempo disponível para tal e as caches que se pretende encontrar. Consultando o mapa mundial das Geocaches pode se ter uma noção das disposições das mesmas em relação umas às outras e desse modo poder planear um percurso que vá de encontro às várias caches que pretendemos encontrar. É necessário contudo ter em conta os trilhos e estradas que existem no terreno, algumas caches podem estar bastante próximas mas não possuírem nenhum caminho directo entre elas. 

Na descrição de cada Cache existe um pequeno mapa com as indicações de como chegar nas imediações da mesma, desde os acessos de automóvel (ou outro veículo) até aos trilhos que levam ao local. Analisando esses vários aspectos é possível ver que caches possuem acessos comuns e como tal são as mais indicadas de se procurar de uma só vez.

Tendo em conta depois o tempo que pretendemos despender (1hora, uma manhã, um dia) podemos planear o nosso percurso para ser mais ou menos abrangente com uma apropriada quantidade de Caches para encontrar. É necessário ter em conta o tempo que cada cache poderá exigir para a sua descoberta sendo que este pode variar consoante a sua dificuldade. Normalmente se for de fácil descoberta (menos de 1 hora), encontra-se assinalada como tal nos seus atributos, caso contrario poderá ser necessário mais tempo. Tal facto faz com que uma caminhada de 3km por exemplo possa demorar o dobro do tempo normal para ser realizada. Algo a ter em consideração no planeamento.


Percursos de Caches


A antever já este processo de preparação de actividades de GeoCaching, alguns proprietários de Caches podem decidir criar um percurso pré-estabelecido de encontro às suas várias caches. Nestas situações o percurso já está criado e o GeoCacher tem apenas de seguir cache a cache o seu caminho. Podem ser alternativas interessantes visto muitas vezes as várias caches estarem associadas a algum tema e o percurso estar já planeado para passar por zonas de interesse. Alguns percursos podem possuir igualmente caches mistério cujo segredo só é possível de descobrir uma vez tendo descoberto todas as caches do percurso primeiro. 

Apesar de num percurso cada cache ser individual e poder ser descoberta em separado, poderão existir percursos que se tratam no fundo de multicaches gigantes, cuja cache seguinte só poderá ser encontrada uma vez encontrada a anterior. 

Os percursos de Caches poderão variar bastante consoante dimensões mas em geral as caches não costumam ser de dificuldade muito elevada, principalmente se existem um elevado número das mesmas, de modo a controlar o tempo que poderá ser necessário para a realização do percurso. Em Sintra existe um percurso que percorre quase toda a serra. Chamado de Sintra Power Trail este percurso contem 50 caches espalhadas em 18km de extensão. Apenas os mais experientes conseguem encontrá-las todas num dia.

Com mais umas dicas para encontrarem GeoCaches certamente agora conseguirão encontrar muitas mais e poderão preparar-se melhor para as vossas actividades.
Quando tiverem já perto das 100 caches encontradas no vosso reportório então estarão prontos para o próximo nível, criar e esconder as vossas próprias caches!
Estejam atentos ao próximo artigo onde explicarei como criar as vossas caches, dicas para as esconder e muito mais. Falarei também sobre GeoCoins, travel bugs e outros trackables, se estes nomes parecem vos estranhos não se preocupem que no próximo artigo explicarei tudo.

Ate lá boas aventuras!